domingo, 30 de agosto de 2009

Efeméride 23

"Dicas para ler e escrever
PublishNews - 17/08/2009 - Por Redação

Três professores de oficinas literárias, Luiz Antonio de Assis Brasil, Marcelino Freire e Luís Augusto Fischer, chamam a atenção, na nota 'O que fazer com um texto?', no jornal Folha de S. Paulo, para regras básicas de leitura e escrita. A primeira dica para ler diz para o leitor ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação, além de ler edições que tenham bom gosto. Para escrever, é indicado dedicar mais tempo à leitura que à escrita, usar em abundância o ponto final e escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente. Confira as dicas completas." (não confira porque no Uol só pagando).

Mais e mais besteiras ditas por pessoas das quais eu esperava menos preconceito.Ignorar os best-sellers? Sério? Eles disseram isso ou o que eles disseram foi deturpado pelo jornal? Qualquer best-seller é ruim? Acho que eles nem podem opinar sobre isso. Se seguem a risca as próprias recomendações nunca devem ter lido um. Ou são daqueles que dizem: faça o que eu digo mas não faça o que eu faço?
Ler edições de bom gosto. Hummm... Bom gosto... Ah tá... Alguém sabe me dizer que raios é bom gosto? (Que eu saiba é uma marca de laticínios) Bom gosto. Pra quem? Pra mim ou pra ti? Pra um apreciador de romances policiais ou pra um amante de ficção científica? Não. Pra eles. Pergunte a eles. Os senhores do bom gosto.
E voltando aos best-sellers. Já que eles dizem que pra escrever deve-se ler mais do que escrever, qual o problema de ler best-sellers? Será que têm medo de que, lendo best-sellers, a pessoa aprenda a escrever best-sellers e eles (enquanto escritores e oficineiros) tenham mais um concorrente no mercado? (Bom, não sei se algum best-seller os considera como concorrência).
Sobre ao ponto final: só tenho a dizer que por esse ponto de vista, Saramago deve ser considerado um lixo. Tsc tsc tsc.
E por último, escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente. Sendo bem crítico, diria que ninguém poderia escrever sobre nada. Escrever sobre épocas passadas seria impossível. Chico Buarque estaria proibido de escrever Budapeste. Ah, esqueci: não leia best-sellers.


Por que um texto tão raivoso? Porque essa falsa inteligência me incomoda. Incentivem as pessoas a ler. A ler qualquer coisa. Isso já é um bom começo.

sábado, 29 de agosto de 2009

Frenesi Polissilábico - Nick Hornby

"Fora isso, o que aconteceria se eu não tivesse lido nenhum livro mesmo? Imaginemos alguém que nunca lê livro algum, mas que devora rapidinho cada palavra da New Yorker, da Economist e de seu jornal predileto: bem, essa pessoa imaginária leria mais do que eu, porque seriam cerca de centenas de milhares de palavras por semana, além de ser muito mais inteligente, se formos considerar a definição limitada de inteligente que implica saber coisas sobre coisas. A revista New Yorker tem um texto bem-humorado, além de fornecer uma introdução à prosa e à poesia conteporâneas. Dessa forma o único grupo de alimentos não coberto é o amido: em outra palavras, os clássicos. O que aconteceria se nunca lêssemos clássicos? Chega um momento na vida, pelo menos é o que eu acho, em que o sujeito tem de decidir se é um literato ou simplesmente alguém que gosta de ler, e estou começando a perceber que os amantes da leitura se divertem mais." págs. 198 e 199

Precisa dizer mais?
Eu gosto de ler. E leio clássicos também. Aliás, em geral, há um bom motivo para serem clássicos. Pode apostar.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nome próprio

Uma ótima atuação de Leandra Leal, superando-se para incorporar um personagem que no nosso imaginário não parece combinar com ela.
A história (que história?) é uma elegia à decadência planejada. A decadência com um botão de ejetar (pais) sempre ali a mão.
Bom, é isso. Não há mais o que falar sobre este filme. Não há o que falar.


Mas talvez aí resida a sua história. Uma história de vazio. De uma busca pelo nada.
Entender que a história não existe porque a personagem não tem uma história. Perdeu-se. Se é possível perder-se sem nunca ter-se encontrado.

O recurso usado para a escrita da personagem é muito bom, mas cansa. Muitas vezes muitas vezes muitas vezes. Sim, os textos são legais, mas sempre aquele recurso que estragou-se de tanto usar.

Mas é possível perder uma vida? Acho que não. Uma vida vazia ainda é uma vida. E o vazio pode ser cheio. O vazio pode não ser vazio. Fala-se do vazio existencial, mas como é isso? Podemos enxergar o vazio nos outros? Ou é apenas um conflito de interesses?

Vazio existencial... Se existe, pode ser vazio? Como saber o estofo dos outros? O que carregam, como carregam, por que carregam, para onde carregam... Carregam?

Carregar pressupõe peso. Fardo. Por que será que imaginamos que os outros carregam alguma coisa? Fardo está associado a culpa, castigo, carma... Imaginamos que os outros carregam. E nós, carregamos?

Acesse o blog do filme aqui.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Efeméride 22

"Eu fui criado pelas bibliotecas. Não acredito em faculdades ou universidades. Acredito em bibliotecas."
Ray Bradbury - Escritor norte-americano

É, né? Mais uma daquelas grandes verdades sobre nada.
Pensa, o cara é escritor. Não é médico. Não é engenheiro. Não é professor. (Será que ele ia querer que os filhos fossem educados por professores não formados?)
Pensa mais um pouco. Será que um bom tanto daqueles livros que estão nas preciosas bibliotecas, não foram escritos por pessoas que adquiriram seus conhecimentos nas faculdades e universidades?
Sempre essa implicância com universidades. “As universidades são más”. “Elas comem criancinhas”. “Diploma pra que?” (sempre dito por alguém que começou um curso, mas não conseguiu acabá-lo ou não conseguiu passar no vestibular).
Pior de tudo. Ele é escritor de ficção científica. Escreve sobre robôs, foguetes e quetais. Estas coisas, estes artefatos, este conhecimento está nas universidades.
Ah tá, você acha que se não houvesse universidades esse conhecimento existiria do mesmo jeito? Bom, pode ser. E estaria onde? Em algum outro tipo de instituição que seria o substituto das universidades. Apenas uma questão de nomenclatura.

E também é bom lembrar que uma grande parte das melhores bibliotecas do mundo está nas universidades.

De qualquer forma, eu gosto dos livros dele (só li dois até hoje - tem um terceiro na estante esperando a vez). Um grande autodidata pelo que dizem. Mas insisto: muitos dos livros que ele leu foram escritos por pessoas que estudaram em universidades.
Ah, eu também não acho que todo mundo tem que estudar em universidades e ter um curso superior. Mas isso já é outra conversa. Bem diferente dos discursos que ouvi por aí depois da queda da obrigatoriedade do diploma de jornalista.

Quer saber um pouco mais sobre Ray Bradbury, clica aqui.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Frenesi Polissilábico - Nick Hornby

"Qualquer pessoa que esteja fazendo uma oficina literária sabe que o segredo de um bom texto é enxugá-lo, retirar os excessos, peneirar, cortar, podar, aparar, remover tudo quanto é palavra supérflua, resumir, resumir. Em toda resenha sobre um escritor como, por exemplo, o sul-africano Coetzee, encontra-se a palavra 'econômica' ou 'econômico', usada de maneira elogiosa, ... Coetzee, obviamente, é um ótimo romancista, de forma que não considero nenhum pecado ressaltar que ele não é o escritor mais engraçado que existe. Na verdade, quando paramos para analisar, vemos que pouquíssimos romances na tradição Econômica são lá muito animadores. As piadas são praticamente extirpadas, de forma que, em um processo de adequação de registro na prosa, elas são as primeiras a saltarem fora. E, na peneiração, existe um lance que eu simplesmente não entendo. Por que sempre para (pára - ah, esse acordo ortográfico) quando o trabalho em questão foi reduzido a 60 ou 70 mil palavras? Será que esse é o tamanho mínimo para um romance publicável? Tenho certeza de que, com um pouco de esforço, daria para chegar até a 20 ou 30. Na verdade, por que parar em 20 ou 30? Por que escrever qualquer coisa? Por que não rabiscar o enredo e uns dois temas em um envelope e deixar tudo assim? A verdade é que na ficção ou na sua criação não há nada de muito utilitário, e acho que as pessoas ficam loucas para dar a impressão de que se trata de um trabalhão desgraçado, e que dão um duro danado, que é coisa de macho, pois, no fundo no fundo, trata-se de uma coisinha bem 'fresca'. A obsessão pela austeridade é uma tentativa de compensar, de fazer com que a literatura se pareça com um trabalho de verdade, tipo pegar na enxada ou derrubar árvores." págs. 76 e 77

Desculpem o exagero desta citação. Mas adoro está passagem.
É, eu ainda não terminei de ler o Frenesi Polissilábico, mas estou quase no fim. Bem além da página 77. Pra falar a verdade, bem além da 200.
Só vou discordar da parte em que ele diz que não há nada de muito utilitário na ficção. Claro que há. Lazer. E lazer é de uma utilidade enorme.

sábado, 22 de agosto de 2009

Muti, eu sou minha própria mulher

Eu sei que já fazem alguns bons dias desde que está peça foi encenada aqui na cidade. Mas fui adiando este post (ficou aqui num caderninho) e acho que não faz a menor diferença.
Quem é daqui e assistiu, assistiu. Quem não assistiu, dificilmente assistirá.
Então... bom, o texto fica como um incentivo pra pesquisar sobre a interessantíssima vida de Charlotte Von Mahlsdorf ou Lothar Berfelde.

Muti, eu sou minha própria mulher - Edwin Luisi
Ótimo. Transformações de um personagem a outro ali, bem em frente aos nossos olhos. Mais de 20 personagens. Todos tão bem escondidos dentro do ator, apenas esperando a hora de saltar para fora. E todos tão diferentes. Era possível perceber a diferença de um para outro, mesmo que saíssem do mesmo corpo (ou se apossassem do mesmo corpo, quem sabe?). Era possível ver a diferença no rosto, nos modos.
No começo, uma sensação de mornidão (não sei se da peça ou da minha irritação com o atraso de mais de 15 minutos. E não foi culpa do ator, mas daqueles que saem as 20h de casa para uma peça que inicia as 20h).
Tragicomédia. Você ri. Mas quase chora. Quando para (pára - reforma ortográfica) pra pensar na situação do personagem, não há como não comover-se. A piada na superfície. A vida na profundidade.
Uma história real, mas surreal. Eu me pergunto: como foi que Charlotte sobreviveu?
Ficou curioso para saber da história? Eu conto, porque dificilmente haverá outra oportunidade de você assistir a esta peça. Perdeu.
Charlotte é um travesti que sobreviveu a 2ª Guerra e à Alemanha Oriental. Você acha pouco? Lebre-se: ela era um travesti.
O texto conta a vida de Charlotte, ou melhor, a vida que Charlotte registrou em depoimentos a Doug Wright. E ele, felizmente transformou-os num roteiro. E mais felizmente ainda, Edwin Luisi, com direção de Herson Capri e Susana Garcia.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Quanta celeuma

Você é a favor ou contra os livros e leitores de livros digitais? Indiferente.
E adianta ser contra ou a favor? Se a mudança vier, qual será a diferença?
Eu leio pelo conteúdo, não pelo formato. Papel de verdade, uma tela de computador ou e-paper não me importa, se o conteúdo for interessante.
“Os livros em papel jamais deixarão de existir”. “Nada melhor do que um livro de papel que você lê em qualquer lugar”. Afirmações apaixonadas que podem não durar a passagem das gerações. Também gosto dos livros em papel. Mas já que se fala tanto em ecologia, abolir o uso do papel é até correto, né?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

...

Fotografia digital enviada por e-mail, foi uma adolescência que não tive.

A minha teve valores de salário.

Sempre dividi minhas horas com o patrão.

O patrão se adolescia na minha adultescência.

Adolescência prolongada foi inventada depois de mim.

Vivíamos uma época de cair do pé mais cedo.

Salário era o enfeite que nos cabia.
Era o adereço da moda.

Apenas para constar

Brazil: Lawsuits force popular political blog to close down

(em inglês)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Efeméride 21

"A literatura não muda o mundo. Minha geração queria mudá-lo. Era uma ilusão. Uma ilusão generosa, mas uma ilusão."
Moacyr Scliar - Escritor brasileiro

Tem razão o Scliar. A literatura não muda o mundo. As pessoas é que podem mudar o mundo. A literatura no máximo muda as pessoas. bla bla bli bla bla bla. Um festival de frases feitas. Mas ainda acredito mais na minha do que na dele.
Desilusão de velho? Será que o mundo não mudou mesmo? E por que tem que mudar?
De qualquer forma, por que se espera tanto da literatura? Por que se espera que ela mude o mundo? Ela não é Deus. Pra mim, é uma forma de lazer, de diversão, assim como a música, o teatro, a televisão e etceteras e tais.
Pensando bem... como os escritores são pretenciosos. Ao dizerem que a literatura muda o mundo, estão na verdade dizendo que eles, que produzem literatura, é que mudam o mundo. Vejam só. Lendo uma frase boba com mais cuidado, descobre-se uma pretensão escondida nela. Bom, por este ponto de vista o Scliar pode até ter razão... né não?

domingo, 16 de agosto de 2009

E por falar em política

Deixando um pouco de lado a literatura...As vezes acho que acabou a fase das revoluções burguesas. Os burgueses mobilizam os pobres como massa de manobra. E tudo acontecia de acordo com seus interesses.
Vejam o caso do Sarney: "
'Fora Sarney' reúne cerca de 500 pessoas na Paulista". 500 pessoas. Que multidão. Uma representatividade incrível.
Lula tem uma alto grau de aprovação entre as classes pobres. Se ele diz que acredita no Sarney, parece que está tudo bem. As classes mais pobres sabem o que está acontecendo com a vida delas. Sabem que a situação financeira melhorou. Já não são apenas massa de manobra. E sem a classe pobre, nada de revolução burguesa.
Revolução, somente se as classes pobres quiserem.
Lembram da abertura dos jogos Pan-Americanos? Alguns burgueses vaiando o Lula? E nos dias seguintes a constatação de que aquilo não representava o pensamento da maioria da população. Lula com aprovação cada vez maior nas pesquisas.
Não sou a favor do Sarney (acho que o seu tempo já passou). Estou apenas fazendo uma constatação, antes que me acusem de estar do lado dele. Vão dizer que o povo é burro, alienado e coisa e tal? Não sei não. Pode ser burro, mas sabe quando está na vantagem.
Em tudo isso, sei que sou um grande desconfiado. Quem está mentindo? Quem está jogando? Governo ou oposição? Os dois? Quem tem culpa no cartório? Quem não fez a sua maracutaia?


E eu jamais afirmaria que é o fim das "revoluções". Tão fácil morder a língua quando se faz esse tipo de afirmação. Mas este é um momento que dá o que pensar.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Efeméride 20

"Não quero escrever livros que já estejam liquidados, acabados; que façam exatamente aquilo que os leitores esperam deles. Qual é o propósito de ler um livro bem comportado, que atende a todas as expectativas?"
Anne Enright - Escritora irlandesa

Alguém falou "por lazer"?
Não acho que todos os livros tenham que ser bem comportados e fáceis. Mas também não acho que todos tenham que ser do tipo "cabeça", herméticos, complicados, difícieis de ler, que nos façam pensar nas questões profundas da vida. É esse tipo de pensamento que afasta as pessoas dos livros. Dê para leitores iniciantes um Camus ou uma Clarice Lispector e veja qual será o índice de pessoas que continuará lendo ou que chegará até o final do livro.
Por que a leitura tem que ser uma experiência carregada com esse peso? Por que é pecado ler livros leves e divertidos?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O preço absoluto das coisas

Repercutindo o preço absolutos das coisas.
Estou colocando aqui a minha lista com os valores do coração que eu acho que os produtos valem.
Eu sei que tem coisas que tem o preço de custo mais alto do que o valor que está nesta lista. Mas... é o valor que eu acho que elas valem (hoje). Pago mais por elas apenas porque preciso ou quero muito.
A ideia é que isto seja uma brincadeira. Vi lá nos comentários do
Conector que tem gente que não entendeu. E pra qualquer engraçadinho que pergunte qual deveria ser o meu salário, aviso que mudando o salário, muda o valor que eu atribuo às coisas. Esses valores são para a minha percepção atual.
Ninguém nunca se pegou pensando "mas eu não pago tudo isso por essa coisa. Pra mim isso vale no máximo R$ ..." ou "Se custasse R$ ... eu até comprava". Então, a ideia é esta.
Se tivesse mais tempo acrescentava mais produtos ou mudava uns quantos. Mas, até para ter mais graça e um parâmetro de comparação, mantive quase os mesmos produtos da lista que o Gustavo Mini postou lá no Concetor.
Mini, desculpa aí pela apropriação, mas gostei da ideia e achei que valia a repercussão.


CD - 5 reais
DVD - 10 reais
Ipod 16Gb - 100 reais
Notebook bom - 1.000 reais
Computador de mesa bom - 800 reais.
Camiseta básica da Hering - 15 reais.
Um Palio completo (ar, direção hidráulica, trio elétrico) - 20.000 reais
Um blackberry - 300 reais
Um iPhone - 50 reais
Mp3 Player de camelô - 15 reais
Pen Drive 2GB - 10 reais
Pen Drive 4GB - 15 reais
Apartamentos de três quartos em geral - 100.000 reais
Apartamentos de um quarto em geral (com cozinha americana) - 30.000 reais
Carrão importado - preço máximo de 50 mil reais.
Uma consulta médica particular (qualquer) - 50 reais
Um bom jantar num restaurante fino - 30 reais por pessoa
Um jantar razoável num restaurante qualquer - 8 reais
Uma pizza BOA grande - 20 reais
Uma pizza RUIM grande - 5 reais
Uma água sem gás (500ml) - 50 centavos
Uma água com gás (500ml) -50 centavos (tem menos água devido ao gás)
Um ingresso de cinema - 8 reais (todos os horários, todas as idades)
Um ingresso pra filmes como Transformers - 4 reais
Um ingresso pra show do Queens of The Stone Age em Porto Alegre - 5 reais
Um pacote com seis pares de meias das BOAS - 12 reais
Um pacote com seis pares de meias que estragam rápido - 3 reais
Um saco de pipoca BOA - 50 centavos
Uma revista Veja - 1 real
Uma revista Época - 1 real
Uma revista Carta Capital - 1,5 reais
Uma revista Trip - 2 reais
Uma graphic novel - 5 reais
Um bom casacão pro inverno gaúcho - 100 reais
Um amplificador Fender valvulado: 0 reais
Assinatura do Net Combo - 40 reais (fixos - nada de promoção de 3 meses)
Assinatura do Net Combo com HBO - 50 reais (fixos - nada de promoção de 3 meses)
Passagem aérea Porto Alegre - São Paulo (Congonhas) - 100 reais ida e volta
Passagem aérea Porto Alegre - São Paulo (Guarulhos) - 80 reais ida e volta
Passagem aérea Porto Alegre - Florianópolis - 50 reais ida e volta
Cerveja 600 ml - 2 real
Latinha - 1 real
Uma calça Levi’s - 50 reais
Um livro bom e grosso - 25 reais
Um livro bom e fino - 15 reais
Um livro meia boca qualquer - 5 reais
Cachecol preto básico de lã - 10 reais
Tênis Adidas Originals - 30 reais
Havaianas basicona - 10 reais
Havaianas de estilista - 10 reais
Havaianas de cartunista - 10 reais
Havaianas com desenho fashion - 10 reais
Havaianas da Coca Cola - você recebe 500 reais pra usar um verão
Chá Twinnings - 5 reais uma caixa grande
Uma cola bastão Pritt - 50 centavos
Uma caneta bic - 70 centavos
Pedágio pra praia - 2 reais
Pedágio pro interior - 1 real
Download de 1 mp3 - 50 centavos
Dowload de 15 mp3 - 5 reais
Um HD externo de 500GB - 100 reais
Ingresso pra qualquer museu do país - 1 real
Uma cartela de Tylenon 750 com 8 comprimidos - 1 real
Um café expresso - 1 real
Água de Côco - 50 centavos
Biquínis legais - 20 reais
Bermuda de entrar no mar - 30 reais
Bermuda cargo boa - 50 reais

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ainda a gripe A

Já li e ouvi diversos especialistas falando que não há motivo para tanta histeria. Mas na televisão continuam pintando um bico-de-sete-cabeças. Se bem que nesta semana pela quantidade de escândalos políticos, as notícias sobre a gripe deram uma arrefecida. Mas já já falta assunto e eles voltam à carga.
De tudo, o que mais me incomoda é esse cerco policialesco dos histéricos. Lave as mãos. Use álcool gel. Use máscara. Se tossir é suspeito. "Não acha que é melhor ficar em casa ao invés de me colocar em risco?"
Sim, higiene faz bem. Mas não só agora. SEMPRE. Tomar água. Alimentar-se bem. Mas sua mãe já não lhe dizia isso?

O mundo anda cada vez mais chato.

Se você ainda tem dúvidas, leia aqui mais opiniões de especialistas. ESPECIALISTAS com letra maiúscula, não desses que ficam palpitando na TV.


domingo, 9 de agosto de 2009

Hellboy

Sempre fui fã de quadrinhos. Quando criança, adorava visitar um primo que tinha vários gibis de super herói. Se ele não estava em casa (e portanto eu não tinha com quem brincar), passava a tarde lendo.
Ainda gosto do gênero e fico curioso em ver o resultado das adaptações que são feitas para o cinema. Batman, Homem-Aranha, X-Men e tantos outros. Sei que algumas tentativas são péssimas. Mas gosto de assistir assim mesmo.
Sobre Hell Boy, já faz um bom tempo que assisti então não tenho uma grande lembrança dele. A anotação que encontrei diz “embate entre o bem e o mal”. E é estranho pensar que o personagem principal é literalmente um demônio que trabalha para o “bem”. E isso acontece porque quando ele era uma “criança” foi encontrado por um professor que o tratou bem. Sim, o amor sempre vence.
Mas o personagem é muito bom. E o filme também.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Como você escolhe um livro?

“Você deve estar lembrado de que eu quis ler Hamilton porque minha banda preferida de rock vai intitular o próximo álbum inspirado em um de seus livros, e se isso parecer um motivo idiota (e ridiculamente não literário) de desenterrar um clássico de pequeno porte, bem, só lamento.” Frenesi Polissilábico – Nick Hornby – pág. 73

E você, como escolhe um livro?
Eu escolho de diversas formas, e a escolha da “forma da vez” não segue um padrão coerente.
Pela capa. Pelo título. Pelo estilo. Pelo autor. Por causa de uma resenha. Por uma recomendação. Por uma referência em uma música, filme ou outro livro. Pela premiação. O motivo da escolha pode ser muito fútil (o que isso importa?). E acho que na maior parte das vezes é uma conjugação de alguns desses fatores listados.
Escolher um livro é sempre uma experiência. Às vezes fico passeando na frente da estante. Passando a mão nos livros. Folheando um e devolvendo-o ao seu sono. Antes de terminar de ler um, já começo a pensar em qual pode ser o próximo autor. Em quem me acompanhará na próxima jornada.
Em geral não gosto da repetição. Mas às vezes acontece. E se acontece é porque quis. Ou porque não quis, mas imaginava que seriam autores diferentes entre si. Ano passado li seis livros que a princípio deveriam ser diferentes. E são diferentes. Mas ao final eu já não suportava tanto vazio e desespero, tema que, apesar das diferenças entre as histórias, transpassou todas elas. Eu apelidei-os de livros do desespero, do vazio ou da desesperança. Bartleby, o escriturário – Herman Melville; Leviatan – Paul Auster; Morte em Veneza – Thomas Mann; Cidade de vidro (em quadrinhos) – Paul Auster; Sandman, Estação das Brumas (quadrinhos) – Neil Gaiman e (você pode achar estranho, mas qualquer dia escrevo mais sobre a série da desesperança e cada um dos seus títulos) Harry Potter e o enigma do príncipe – J. K. Rowling.
E de repente sinto que estou perdendo a linha do raciocínio. Mas o que quero dizer realmente e tem relação com a escolha, é que procuro livros que não se repitam. Ao menos não na sequência.
Outras vezes a escolha se dá com meses de antecedência, mas vai sendo protelada num namoro demorado. Eu olho, ele olha. Hesito. Leio outro e a vontade só aumenta. Pego na mão. Folheio. Largo. Até que acontece.
Mas como se escolhe um livro? Como você escolhe um livro? Tento compreender o processo. Admiro-o.
Livros lidos por obrigação (estudo, trabalho, ou sei lá que motivo) não entram na categoria dos “livros escolhidos”. São um caso a parte.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Em tempos de gripe: vai um viralzinho aí?

Eu cheguei a escrever um texto sobre a histeria da gripe A(H1N1). Mas achei meio agressivo e resolvi não postar porque, afinal, este é um blog mais preocupado com literarturas e afins.

Mas o assunto não me deixa em paz. Agora achei este vídeo que, mesmo que tenha ares de teoria da conspiração, repercute muito bem algumas coisas que li e escutei por aí.

Dêem uma olhada e tirem suas conclusões.

Vale a pena considerar que o governo brasileiro fez de tudo para não distribuir o Tamiflu. E agora os laboratórios do governo estão fabricando um outro medicamento eficaz no tratamento desta enfermidade, com outro princípio ativo.

Tem gente que questiona os dados apontados no vídeo. Mas tem gente que questiona o que sai "mídia" a respeito da gripe. Assim como na própria "mídia" tem gente dizendo que não é tudo isso, apesar de os mais histéricos não os escutarem. Sim, só eu e você ouvimos as vozes dissonantes, os que falam contra a histeria da gripe. Acho até que deve ser ilusão da nossa cabeça. Talvez seja um efeito do vírus da gripe "suína".

Em todo caso, com tanta desinformação circulando solta feito a vaca loca (ops, errei de bicho), mais uma não fazer fazer mal a ninguém.

domingo, 2 de agosto de 2009

Por que você lê?

Eu leio porque preciso. Porque gosto.
Leio para viajar, descansar, distrair-me. Para saber, conhecer, pesquisar, esclarecer. Mas principalmente por prazer.
Leio por lazer, assim como quem assiste televisão.
Sempre digo que aquela clássica frase “o livro é melhor do que o filme”, é verdadeira porque existe a imaginação. O filme é uma tentativa do diretor em colocar na tela a sua visão da história lida. É a imaginação dele. Ou uma versão pobre da imaginação dele. A minha história imaginada tem grandes chances de ser diferente. E pela nossa natural modéstia humana, melhor.
Eu leio porque gosto de imaginar.
Não gosto de distinções. Leio de tudo um pouco. Posso achar o livro ruim. E isto me fará pensar em porque acho ele ruim. E se eu for escrever, lembrarei do que não gostei naquele jeito de escrever.
Eu leio porque isso me faz escrever melhor.
Com quem conversamos enquanto lemos?
Eu leio porque isso me enriquece. Mas será mesmo? Eu leio porque enquanto leio, converso comigo. Com o autor? Com os personagens? Penso que não exatamente com eles, mas com um eu que os interpreta. Eu me leio.
Eu leio porque me reconheço.
Aqueles personagens amados ou odiados. Aquele autor da teoria social que traduz o que pensamos. Aquele outro que nos contradiz e usa argumentos consistentes e nos força a pensar ainda mais na procura por contra argumentos.
Eu leio porque isso me faz vivo.
Leio porque a leitura é uma bóia jogada ao náufrago.