quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fábulas e reflexões - Neil Gaiman


Acabei de ler Fábulas e reflexões, de Neil Gaiman. Mais um pouco da maravilhosa história de Morpheus, o Senhor do Sonhar. Mais um pouco desta saga que vou consumindo lentamente para que não acabe tão cedo.

Quadrinhos com um "Q" maiúsculo. Difícil de resenhar.

São diversas histórias/ contos, que explicam um pouco da história de Morpheus. Seu passado, seu envolvimento com Calíope, o filho Orpheus e seu casamento com Euridice, e diversas outras passagens que explicam um pouco da sua trajetória e personalidade. Também descobrimos como Caim e Abel foram parar no Sonhar.
Neste livro, o 6º da série, pela primeira vez vemos todos os 7 perpétuos reunidos. Morpheus e todos os seus irmãos.

Todas as histórias são ótimas, fazendo uma mesclagem perfeita entre mitologia, história e sonhos. E não seriam as histórias contadas nos livros formas de sonhar?
Um livro de sonhos, de levezas e tensões.


terça-feira, 26 de maio de 2009

Efeméride 16

"Alguém com acesso à internet tem tanto conhecimento à sua disposição quanto um homem rico com uma biblioteca de 100 mil títulos."
Vikas Swarup - Escritor indiano

Com certeza isso é verdade. A internet tem muito conhecimento disponível. Assim como também é verdade que não adianta ter conhecimento sem saber o que fazer com ele ou não conseguir processá-lo.
E tanto no caso dos livros quanto no da internet, há diversos fatores a considerar. Um deles é que é preciso saber como acesar este conhecimento. É preciso saber ler, é preciso saber como encontrar o conhecimento procurado. Também é preciso saber qual conhecimento se está buscando. E depois, como aplicá-lo.
Mesmo que improvável, o homem rico pode não saber ler. E daí, o que acontece?

Literatura como prazer

"Uma nova maneira de entender a literatura
PublishNews - 18/05/2009 - Por Redação

O escritor irlandês Clive Staples Lewis, cujos 38 livros venderam mais de 200 milhões de cópias, defende, em Um experimento na crítica literária (Unesp, 124 pp., R$ 28), a literatura como uma prática que possibilita que tenhamos prazer e acesso a experiências que não são nossas. O autor da série As crônicas de Nárnia e de O regresso do peregrino mostra neste novo título que a recepção da obra deve ter um fim em si própria, sendo que a experiência literária aumenta o referencial do indivíduo sem ferir a individualidade. O autor defende que a literatura não pode ser avaliada pela falsa capacidade de revelar verdades sobre a vida ou como uma auxiliar da cultura. A atividade literária deve ser considerada uma ação de libertação para que o homem não seja apenas ele mesmo, tendo contato com experiências alheias, que podem ser tanto belas, cômicas e hilariantes, como estranhas, terríveis e assustadoras."

Mais um autor que defende a literatura enquanto prazer e não como sinal do status cult.
Sim, literatura pode ser um auxiliar da formação cultural de alguém, porque promove a reflexão. É o indivíduo e o livro. Ele e seus pensamentos. Mas encará-la apenas como isto, pode e afugenta muitas pessoas. Vendam a literatura como uma atividade prazerosa. A reflexão vem como um bônus. E se não vier, qual o problema?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sophie Calle

Uma leitura interessante.
Conheci a personagem Maria, do escritor Paul Auster, no livro Leviatã, que foi inspirada em Sophie Calle. Quando comecei a ler está notícia logo a reconheci.
E deixo aqui o link como sugestão para uma leitura de fim de semana.

Efeméride 15

"As palavras para mim não são gratuitas, não consigo usar nenhuma palavra de forma gratuita."
Henfil - Cartunista brasileiro (1944 - 1988)

Eu considero as palavras como algo meramente provisório. São inconstantes. Incompletas. Transitórias. E até, vazias.
As palavras carecem. De quê? De tudo. Como invenção humana são tão incompletas. Um arremedo de significação.
Gratuitas? Ah, com certeza. Se não o fossem, o número de miseráveis seria maior ainda.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Efeméride 14

"Os inimigos dos livros são principalmente os homens, que os queimam, os censuram, os prendem em bibliotecas inacessíveis e condenam seus autores à morte. A internet ensina os jovens a ler, e serve para vender incontáveis livros."
Umberto Eco - Escritor italiano

Concordo.
Discordo dos detratores da internet. Ela não é um monstro. Não é um bicho de sete cabeças. É apenas uma ferramenta. Se bem ou mal utilizada, depende das pessoas.
Está certo que pode ser extremamente dispersiva. Pode ser uma ladra de tempo. Mas apenas metaforicamente ela "segura as pessoas pelo colarinho e não as deixa sairem da frente do computador".
Talvez agora haja o agravante dos vídeos na internet. E estes podem desviar o interesse da leitura. Mas há vídeos que falam sobre livros. Há vídeos que fazem propaganda de livros. Coisa que não se vê na televisão.
De qualquer forma, ano a ano os livros continuam sendo os produtos mais vendidos pelas lojas on-line. Apesar de que exista um movimento que tenta acabar com isso (des/incentivo a leitura).

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Efeméride 13

"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade -
Poeta brasileiro (1902 - 1987)

As vezes acho que parte do problema de muitos não lerem é que foram apresentados a esta "água" como se ela fosse remédio. Por isso não conhecem o prazer. É um tal de não leia isso porque é inferior mas leia aquilo porque é cult.
Ler por prazer. Começando pelo mais simples. Para depois, se for do agrado do leitor, procurar coisas mais profundas.
Agradeço a minha mãe por ter me deixado ler gibis. Isso que muitos falavam mal dos quadrinhos naquela época.

terça-feira, 19 de maio de 2009

A revolução dos bichos

Juro que eu havia escrito uma resenha sobre "A revolução dos bichos". Mas raios, não acho o arquivo.
Será que foi uma resenha imaginária? Será que foi escrita em sonho? Lembro apenas que precisava de um complemento e de uma releitura, porque saiu de supetão num momento em que eu não dispunha de muito tempo.
Onde foi para essa resenha?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A revolução dos bichos - George Orwell

"O velho Benjamin, o burro, nada mudara após a Revolução. Executava sua tarefa da mesma forma obstinadamente lenta com que fazia nos tempos de Jones. Não se esquivava ao trabalho normal, mas nunca era voluntário para extraordinários. Sobre a Revolução e seus resultados não omitia opinião. Quando lhe perguntavam se não era mais feliz, agora que Jones se havia ido, respondia apenas: 'Os burros vivem muito tempo. Nenhum de vocês jamais viu um burro morto', e os outros tinham de contentar-se com essa obscura resposta." - pág. 23

Coitado do Benjamin. Ah se ele soubesse o que está por vir...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ó, paí, ó


Bom, eu assisti. E daí? Sei lá. Digamos que o filme é uma longa introdução (que praticamente dura o filme inteiro), que vai apresentando os personagens e seu contexto, sem uma história muito envolvente, para desembocar num desfecho rápido e, a partir de um determinado ponto, previsível. A melhor coisa do filme para mim, é que ele serve como uma amostra da cultura baiana e da pobreza. Isso se ele for realmente fiel ao modo de vida dos baianos (não tenho como saber). Mas para isso, não precisava ser tão longo e entediante. Wagner Moura está péssimo no papel do branco racista. Fiquei com a impressão de que esqueceram o miolo do filme.
Veja aqui o site do filme.

Efeméride 12

"O poema não é feito dessas letras que eu espeto como pregos, mas do branco que fica no papel."
Paul Claudel - Escritor francês (1866-1955)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sobre o cimento

Li uma entrevista de Décio Pignatari na revista Bravo de abril/09.
Pedante. O pseudo cult metido a besta. Daqueles que separam os livros nas famosas duas categorias: os que eu gosto e os outros devem ler e os que eu não gosto e ninguém deveria ler porque são lixo.
A entrevista e a postura de Pignatari frente à literatura contemporânea brasileira e mundial podem ser resumidas na frase: não li e não gostei.
Ah, e segundo ele, o concretismo foi a última grande novidade que surgiu na literatura. Ai, a modéstia.

Poemas concretos têm lá algum charme. Alguns. Poucos. A maioria carece de mais esforço por parte dos autores.
Atualmente, acho que o concreto secou. Endureceu.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sobre o livro

Futuro Proibido
Conrad Editora - Vários autores


Se eu escrevesse este texto na metade do livro, com certeza a recomendação seria: não compre, não vale a pena, um desperdício.
Depois de terminá-lo, posso dizer que alguns textos/contos valem o livro. Mas não posso dizer que ele entrega exatamente o que propõe.

Veja o que diz a editora sobre o livro:

"Futuro Proibido
Rudy Rucker, Peter Lamborn Wilson & Robert Anton Wilson (Org.)
Esta coletânea reúne os contos de ficção científica mais originais e bizarros de todos os tempos.
Futuro Proibido é uma coletânea de contos de ficção científica originalmente publicados na revista Semiotext(e), em 1989. Para selecionar os textos que seriam publicados nessa edição da revista, um dos critérios utilizados foi que eles tivessem sido recusados por outras publicações.
Esses contos reúnem elementos como o bizarro, o inesperado, a violência e experiências sexuais surreais. Tudo isso para garantir que o livro fuja de qualquer padrão de histórias de ficção científica.
Alguns dos autores que assinam os textos são William Gibson, William Burroughs e Hakim Bey."

Os motivos que me levam a dizer que o livro não é exatamente o que está descrito aí acima são:
- com certeza não são os contos mais originais e bizzaros de ficção científica que já li e não fogem do padrão.
- uma questão de palavras e definições - nem todos os textos são contos. E podem dizer que isso é "pegar no pé", mas está lá "coletânea de contos".
- bom, tenho que concordar que alguns textos realmente mereciam ser recusados por outras publicações, não por serem bizarros conforme a proposta, mas tamanha a sua mediocridade.

Alguns textos salvam o livro. Um ou outro conto de ficção científica (dentro do que se espera normalmente da ficção científica) e dois textos (um sobre uma utopia pirata - o melhor de todos) e outro sobre... sobre... o que era mesmo? Esqueci.
Acho que o melhor de tudo foram as introduções, tanto a original como a da edição brasileira, que fornecem um bocado de palavras-chave para futuras pesquisas sobre assuntos "obscuros".

Ao final fico satisfeito por ter comprado o livro num saldo e pago apenas R$ 10,00 .

Efeméride 11

"A literatura não é outra coisa além de um sonho dirigido."
Jorge Luis Borges - Escritor argentino (1899-1986)

sábado, 2 de maio de 2009

Futuro proibido - Peter Lamborn Wilson (org.)

"A primeira pista foi o fato de os alunos de Maslow vivenciarem mais experiências de pico logo que começaram a lembrar e falar sobre experiências passadas. O motivo era óbvio. Pensar e falar sobre a felicidade cria um estado de espírito otimista. Você tem a sensação de que o homem foi feito para ser feliz. O filósofo Epicteto fez uma observação interessante: 'O homem não se preocupa tanto com os problemas reais quanto se preocupa com a ansiedade imaginária a respeito de problemas reais'. Quer dizer, temos a tendência de encalhar em um estado menatl negativo. É por isso que as pessoas felizes têm mais experiências de pico: elas não passam o tempo todo se preocupando com coisas que nunca vão acontecer." - págs. 216 e 217 (Maslow, Sheldrake e a experiência de pico) by Colin Wilson

experiências de pico = momentos de felicidade borbulhante e arrebatadora

cada um cada um, mas eu me sinto inclinado a aceitar essa idéia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

"Amenidades" para o feriado



"Ninguém me elegeu jornalista"
CQC é muito bom. Já os nossos políticos...