sábado, 3 de outubro de 2009

Ainda sobre Após o anoitecer, de Haruki Murakami


Perder-se na noite. Perder-se na noite de uma cidade grande, enorme. Imagine toda impessoalidade que isso implica. Adotar essa madrugada como sua morada (ao menos por uma noite). Refugiar-se em bares que nunca fecham. Refugiar-se na companhia desconhecida. Na impessoalidade.
Pessoas que se conhece pelos instantes de uma noite. E depois, quem sabe, nunca mais encontra-se.
Mari, a personagem principal, tem uma parede que a separa dos outros. Assim como todos os outros. Takahashi, o "diferente" da trama, tem o poder de perfurar paredes. É através dele que penetramos no universo de Mari. E por tabela no de Eri, a irmã "bela adormecidada" de Mari.
Mas mesmo com esse poder, transpassar a parede de Mari leva algum tempo. E no período de uma madrugada o que conseguimos observar pela brecha aberta não é muito. Mas, esse pouco alimenta nossa imaginação.

Apesar de Murakami embalar a história basicamente em jazz, Placebo parece ser a trilha sonora perfeita.

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