Valor Econômico - 10/07/2009 - Por J.Galante e G.Bensinger, Bloomberg
O Kindle, da Amazon.com, que acelerou a compra de livros eletrônicos, poderá reduzir os lucros das editoras se a varejista pela internet jogar mais duro nas negociações sobre os preços pagos pelos títulos digitais. As editoras nos EUA normalmente ganham cerca de US$ 2,15 por livro digital, contra US$ 0,26 por um exemplar impresso, segundo a Sanford C. Bernstein. Por um lado, as editoras veem os livros digitais como o futuro, mas, por outro, o mercado é dominado pelo Kindle, o que as deixa vulneráveis ao poder de negociação da Amazon.com. "Não queremos ficar em uma posição em que só podemos vender o nosso livro em um lugar", disse Maja Thomas, vice-presidente-sênior de mídia digital da Hachette Book Group, divisão da francesa Lagardère, sediada em Nova York. 'Queremos o que as editoras querem e o que todo autor quer, que é a ubiquidade.'"
Sério isso? Nos EUA as editoras ganham, apenas US$ 0,26 por livro impresso? Hummmmm... sei lá.
No Brasil a cadeia produtiva do livro está isenta de impostos. Em troca da isenção (como parte do acordo), as editoras deveriam ter criado (voluntariamente) um fundo de incentivo à leitura - mas já se passaram alguns anos e não o fizeram. Agora o governo quer tornar compulsória a contribuição para esse fundo e os livreiros esperneiam de novo.
As editoras vivem reclamando que vendem pouco, que o brasileiro não lê... Mas os livros, mesmo depois da desoneração fiscal não baixaram de preço e continuam caros. Caríssimos.
As editoras brasileiras pretendem que seja criada a lei do "preço fixo" do livro. Em resumo: elas querem fixar um preço e ninguém (nenhuma livraria, supermercado ou qualquer outro ponto-de-venda) pode vender por menos. Ninguém poderá dar desconto. Elas não querem concorrência. Não querem livre mercado. E pior, elas é que fixam o preço.
Há alguns anos atrás (quando trabalhava no ramo editorial), me disseram que para calcular o preço de venda de um livro, multiplicava-se o preço de custo por sete. Por SETE.
Vinte e seis centavos de dólar... Isso dá o que pensar. Por que será que no Brasil compra-se tão poucos livros???
Tudo bem, eu acho que há um erro nessa informação, mas mesmo os US$ 2,15 dão o que pensar. Também acho que a multiplicação por sete já foi abandonada há algum tempo. Dá última vez que ouvi algo a respeito, parece que estavam multiplicando por cinco.
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