No último fim de semana de outubro fomos ver as exposições da 7ª Bienal do Mercosul. Pelo tempo que levei pra escrever este texto, vocês podem imaginar o impacto que ela me causou.
Não gostaria de ser grosseiro. Não gostaria de parecer um simplório iletrado “nos entendimentos das belas artes”. Mas, sinceramente, esta edição da Bienal está um lixo.
Eu gosto de arte contemporânea. Já vi muitas exposições. Sei que a função da arte é incomodar, comover, provocar reações,...
A única reação que tive foi de pena. Pena pelo dinheiro desperdiçado. Pena dos “artistas de plástico” que pensam que estão produzindo algo bom. Pena do público que se desloca até lá para ver aquilo.
Por mais que uma obra deva ser transgressora, inovadora ou “moderna”, ela deve ser bem executada. E é isso que não vejo nas obras da Bienal.
Desleixo. Falta de técnica. Pressa em terminar. (A falta de técnica me parece ser o que mais salta aos olhos).
Em algumas obras percebe-se o que parece ser um deslumbramento do artista com as possibilidades do computador e da internet. Mas com as possibilidades mais básicas, que qualquer criança que tenha acesso a estas tecnologias já superou.
Um avatar do Second Life (?) voando – “Que bela obra”. Second Life já era. Ultrapassado. Banal.
Podem dizer que há um significado por trás daquilo (para mim, o que há por trás dessas obras é um grande QI - quem indica). Há a intenção do artista. Mas quando falta técnica, a intenção muitas vezes, não passa de intenção. E se a obra precisa de um mediador para ser entendida, ele deveria estar grudado nela para todo o sempre amém. (Uma obra de arte não precisa de mediador).
Pior são os mediadores. No Santander Cultural, onde está a mostra "projetáveis" (de toda arte em vídeo que já vi até hoje, essa foi a pior coleção), escuto uma pérola da falta de sensibilidade. Mediadora explicando uma obra para um grupo de crianças que aparentava ter entre 7 e 8 anos. Todos de aparência muito humilde:
- Onde vocês encontram essas músicas? (A obra eram várias camadas sobrepostas de um player digital executando uma música. A música era executada com alguns segundos de atraso em cada player e a sobreposição fazia parecer que todos corriam juntos).
As crianças olham-se em silêncio. Nenhuma resposta. A mediadora insiste. A palavra pretendida é “internet. Mas o silêncio continua. A condição daquelas crianças denuncia, ou melhor, escancara, que internet não é seu cotidiano. De repente, um menino timidamente arrisca um “you tube”?
Mas, realmente, como alguém, hoje em dia, não sabe que músicas em mp3 vem da internet?
domingo, 22 de novembro de 2009
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