segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Estômago

Quem cozinha sempre tem mais oportunidades de se "dar bem" em situações delicadas. É ou não? No quartel, no Big Brother e na cadeia. Duvida? Assista Estômago.
Raimundo Nonato, chega do interior a uma grande metrópole. Ninguém sabe porque veio. Ninguém sabe pra onde vai. Nem ele.
Por causa da fome esbarra na sua nova profissão. E como tem talento, as coisas progridem rápido.
Raimundo é ingênuo. Sim. Ingênuo.
Apaixona-se por uma prostituta.
Não sabe beber, ou melhor sai do ar quando bebe.
Depois de passar um mês preparando coxinhas e pastéis num boteco (em troca de cama e comida), é levado para um bom restaurante de culinária italiana. Lá aprende muito sobre gastronomia. Seu tutor é o dono do restaurante, que percebe nele um talento natural para a cozinha.
Mas há a prostituta. Há a bebida. Um incidente que culmina no filé mignon.
A narrativa faz um jogo, intercalando momentos da situação atual de Nonato no presídio, e a sua história na metrópole até o desfecho que revela o porque da sua prisão. Um recurso que dá o tom certo de suspense ao filme.


E ao final?
A ingenuidade esvai-se com a crueza da vida. Carpaccio não é comida de presídio. Mas as pessoas, por mais humildes que sejam, podem ter suas ambições. Mesmo que seja ter a cama mais alta da cela. Ou podem morrer pela boca. Depende de quem se é.


A vida real. Pessoas de verdade. De carne, osso e filé mignon. Da miséria engraçada da vida. Das coxinhas e pastéis de vento. De cada um ser o que pode.
 
Literalmente uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia.

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