segunda-feira, 29 de junho de 2009

A revolução dos bichos – George Orwell

Pensando no grande número de pessoas que chegam neste blog procurando uma resenha do livro “A revolução dos bichos”, resenha que não existe porque perdi o texto antes de publicar, resolvi tentar escrevê-la novamente.

Lembro que na época, escrevi que a história acabou por ficar bastante datada. A polarização capitalismo x comunismo já não tem mais tanto sentido. Mas as críticas aos dois sistemas ainda têm alguma relevância.
O que não me agradou no livro, foi a previsibilidade. E isso não é culpa do texto ou do autor, mas sim do excesso de citações e falatório a respeito do mesmo. Como um ponto turístico do qual vemos fotos a todo momento. Na hora de vê-lo pessoalmente, já não mais nos surpreende. Ou a expectativa é tão grande (e a expectativa é baseada na imaginação, e poucas coisas conseguem superar a imaginação) que fica difícil atendê-la.

As pesquisas do Google que trazem pessoas até aqui, mencionam sempre o burro Benjamin. Bom, talvez seja o meu personagem favorito. Mas coitado. Ele entende os meandros do sistema. E acaba por dar-se mal.
Benjamin sabe que não importa, capitalismo ou comunismo, se quem manda é o dono ou o camarada que está no comando, os outros (o povo?) sempre se dão mal. Poder corrompe.
Benjamim é aquele que sabe. Mas esse saber não faz diferença a seu favor. O não saber também não faz diferença. Nada faz diferença. Sempre há um dono. Alguém a explorar o trabalho alheio em benefício próprio.

A Revolução dos bicos é um livro sobre a não possibilidade. A desolação.
Não há saída. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho vende e o homem come (ou faz sabão).

Tudo aos amigos do rei.
Pensando bem, com alguma adaptação, e lembrando dos últimos episódios do senado brasileiro, o livro está mais atual do que nunca.

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