Gostaria de saber escrever músicas, assim como o personagem Clive, do livro Amsterdam, de Ian McEwan. Encadear as notas. Imaginar os instrumentos. Dar-lhes um ritmo.
“Largou o piano e serviu-se de um pouco de café, que bebeu no lugar costumeiro, junto à janela. Três e meia, e já estava escuro o suficiente para acender as luzes. Molly virara cinza. Ele passaria a noite trabalhando e dormiria até a hora do almoço. Não havia muito mais que fazer, na verdade. Você cria alguma coisa, e morre. Depois do café cruzou de novo o aposento e continuou de pé, ainda de sobretudo, curvado sobre o teclado enquanto tocava com ambas as mãos, à luz da tarde que se exauria, as notas tais quais as anotara. Quase certo, quase a verdade. Elas sugeriam uma ânsia seca por algo fora de alcance. Por alguém.” – pág. 26
sábado, 27 de junho de 2009
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