sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Fome - Knut Hamsun

Finalmente passei a limpo a "resenha" de Fome.
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Quanta fome. A desgraça em pessoa. Agravada pelo orgulho, que muito lentamente vai sendo quebrado, ao que parecem ser golpes de plumas.
A degradação humana além do limite. Para onde já não há volta possível. Ninguém emprega um mendigo maltrapilho. Será?
Há os momentos de pena. Não há como não se comover com alguém que tenta penhorar os botões do paletó para conseguir uns centavos para aplacar a fome.
Dormir ao relento. Passar fome. Não pagar a hospedagem. Passar fome. Tentar escrever um artigo que renda alguns trocados, mas ser impedido pela fome. Ter fome. Penhorar o nada que resta. Comer migalhas. Escrever um artigo. Sobrevida de uma semana. Vomitar o bife depois de quatro dias sem comer. Enlouquecer, aos poucos, de fome.
O texto não revela como a fome começa. Mas dá a entender que não foi sempre assim. E o personagem tentou e tenta empregos. Cada vez mais difícil. Cada vez pior.
A mente falha. Os nervos fraquejam. O corpo já não se sustenta. Por mais de uma vez ele tem certeza de que vai morrer. Não é a obstinação que o mantem vivo. É a providência (divina).
A história envolve, prende a atenção. Tem a capacidade de conseguir nos fazer sentir na pele (e no estômago), os percalços do personagem. É muito real. E realmente tem fragmentos da vida do autor. Foi escrito com base nas suas experiências. Somente tendo passado fome, muita fome, para escrever um texto como esse.

Um comentário:

  1. Acabei de ler, mas não senti tanta identificação assi com a personagem. Esperei sempre que a história desse o se proprio sinificado. É bem escrito, tem qualquer coisa de dostoievsky na descrição crua das angustias como o rasumiki do crime e castigo, mas dá a ententer que o ivro acaba como começa sem fazer qualquer sentido. Não encaixei. Abraço

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