Modorrento. Quente e úmido como eu imagino que seja Manaus. E lento. Uma preguiça arrastada que só o calor úmido consegue provocar.
Dois irmãos. Gêmeos. O resto da família e uma saga.
Tudo anda. O livro progride. Mas, às vezes, temos a impressão de não sair do lugar. E isto não é ruim. Faz parte da narrativa. Nos coloca na cena. No momento. Literalmente, no clima.
Os gêmeos e todos o problemas que provocam. Tudo gira em torno deles. Sobre a presença de um e a quase total ausência do outro. Omar e Yaqub. Um deles passa quase toda a história ausente. Na maior parte das vezes é apenas uma lembrança. Mas o outro torna essa lembrança viva e presente. Mesmo que isso seja o que menos queira.
Um superprotegido. O queridinho da mamãe. O outro o preferido do pai, que preferia não ter nenhum. Halim e sua eterna vontade de ser somente ele e Zana por toda a vida. Mas os gêmeos estão ali. Também Rania, a outra filha. Por fim, Domingas (a cunhatã que faz o serviço da casa). E seu filho. Todos como uma família.
O Caçula vive aprontando. Vive na farra. Na boa vida. Sempre foi assim. O outro sofre com o afastamento. Passar cinco anos longe de casa não foi fácil. Para nenhum deles. E isso separa os dois para sempre. Uma muralha.
Não pense que vai ser uma leitura fácil. Mas está longe de ser das mais difíceis. Persistência no início e o texto fisga você. Depois fica impossível largá-lo.
Uma grande vantagem: foi lançado também na coleção Companhia de Bolso. Então é possível encontrá-lo por um precinho bem mais camarada.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
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