Poderia ser um filme de vertigem. Mas não. É um filme de humanidades.
A emoção é muito mais forte no início. Uma história ao contrário? Não. Mas comove muito mais enquanto ele, o anjo, não é. Na sua vontade de ser.
A eternidade não é suficiente. É preciso sentir. O vento. O contato dos pés com o solo. O peso.
O filme faz você lembrar os prazeres de ser humano. Os pequenos prazeres (que Amelie Poulain tanto apreciava). As minúsculas coisas para as quais já nem damos atenção. As minúsculas coisas que nos fazem vivos.
Asas do Desejo é um voo ao contrário. Um vislumbre de uma possível solidão eterna. Uma visão humana disfarçada de angelical sobre a beleza de viver.
Para quem não sente, até as desgraçadas podem ser melhores que o vazio. Escutar tudo e não sentir.
Não sentir. Não sentir. Não sentir. É isso. A falta que faz o sentir. Ser humano é isso. E morrer (especialmente em vida) é tornar-se insensível.
E a cor? E a cor? Aí, a cor... O melhor recurso que o diretor poderia encontrar.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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