quinta-feira, 13 de maio de 2010

Insatisfaction

Nós, sereshumanos, temos a mania de colocar nas outras pessoas e coisas, a insatisfação que não é deles, mas nossa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Não contem com o fim do livro

Umberto Eco assina novo trabalho em parceria com o roteirista francês Jean-Claude Carrière

‘Eletrônicos duram 10 anos; livros, 5 séculos’, diz Umberto Eco

Ensaísta e escritor italiano fala em entrevista exclusiva de seu novo trabalho, ‘Não Contem com o Fim do Livro’

MILÃO – O bom humor parece ser a principal característica do semiólogo, ensaísta e escritor italiano Umberto Eco. Se não, é a mais evidente. Ao pasmado visitante, boquiaberto diante de sua coleção de 30 mil volumes guardados em seu escritório/residência em Milão, ele tem duas respostas prontas quando é indagado se leu toda aquela vastidão de papel. “Não. Esses livros são apenas os que devo ler na semana que vem. Os que já li estão na universidade” – é a sua preferida. “Não li nenhum”, começa a segunda. “Se não, por que os guardaria?”

Leia o restante aqui.

domingo, 9 de maio de 2010

A Queda - Albert Camus

Um grande personagem. Um tipo noturno. Quase um vagabundo. Que faz de um bar, seu "escritório".
Um grande personagem, talvez, disperdiçado numa novela. Gostaria de vê-lo num diálogo, não apenas no monólogo a que se encontra preso. Sim, é um diálogo o texto do livro, mas ouvimos apenas uma das vozes.
É um tipo típico de botecos. Bêbado? Por que não? Daqueles que falam sem parar. Desfilam a própria vida impulsionados por umas doses a mais. Filosofia de botequim?
Não sou um profundo conhecedor do existencialismo. Mas em nossa época quem pode dizer que não conhece-o ao menos um pouco, mesmo que não saiba nomeá-lo. Somos influenciados por todas as filosofias que vieram antes de nós. E acredito, mais ainda pelas recentes. Filhos da época.
"A Queda" é incômodo. O personagem é incômodo. Mas muitas vezes o texto torna-se chato. Ele vibra, anda, nos impulsiona para a próxima página e de repente, empaca.
Intervalos de fluidez e marasmo.
Muitos trechos nos fazem pensar. O personagem, Clamance, tenta nos enganar ou induzir nosso pensamento. Consegue? Quem saberá... Depende de quanto você ruminar suas palavras. De quanto elas lhe tocarem.
Ele não acredita na humanidade, ao menos não nos seus aspectos positivos.
Você vai se identificar com ele, ao menos em alguns momentos. E esse é um dos incômodos. Você não quer ser ele.
Mas o incômodo será maior ou menor de acordo com o que você espera do ser humano. Se você acha que nascemos para a perfeição e idealiza tipos, tem heróis, cuidado. A queda será maior. Ao contrário, se você aceita a imperfeição, muito provavelmente achará Clamance um ingênuo ou prepotente. E aqui, para mim, está a grande sacada de Camus: a ironia. Fina e quase imperceptível para quem não estiver atento.
Meu primeiro Camus. Muito cedo ainda para saber se haverá um próximo. Mas não está descartado.

Leia mais aqui e aqui.
Ah, tem em edição de bolso pelo selo BestBolso da editora Record.